Poesia descontente sobre o amor de Hilda Hilst

Nunca pensei que pudesse me apaixonar tanto por uma escritora como me apaixonei poe ela. Essa poesia descontente sobre o amor da Hilda Hilst é como ser aquecido pelo sol.

Leia a seguir e se permita viajar dentro das palavras intensas dessa mulher. Ler Hilda foi uma das melhores escolhas que fiz e quero que você possa fazer o mesmo.

LEIA AINDA: Poema chamado Mapa, de Murilo Mendes

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Poesia descontente sobre o amor

Iniciei mil vezes o diálogo. Não há jeito.

Tenho me fatigado tanto todos os dias

Vestindo, despindo e arrastando amor

Infância, Sóis e sombras.

Vou dizer coisas terríveis à gente que passa.

Dizer que não é mais possível comunicar-me.

(Em todos os lugares o mundo se comprime.)

Não há mais espaço para sorrir ou bocejar de tédio.

As casas estão cheias. As mulheres parindo sem cessar, Os homens amando sem amar, ah, triste amor

[desperdiçado

Desesperançado amor… Serei eu só A revelar o escuro das janelas, eu só

Adivinhando a lágrima em pupilas azuis

Morrendo a cada instante, me perdendo?

Iniciei mil vezes o diálogo. Não há jeito.

Preparo-me e aceito-me

Carne e pensamento desfeitos. Intentemos, Meu pai, o poema desigual e torturado.

E abracemo-nos depois em silêncio. Em segredo.

***

Esse não é o título da poesia, ele é o 1 de: Do amor contente e muito descontente (livro Da Poesia, Companhia das Letras).

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1 Response

  1. 28/03/2024

    […] seguir, você irá ler o XXI de Hilda Hilst. Abra-se para poesias românticas dela e se encontre como outra […]

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