“Me cativou desde o primeiro capítulo até a última página.” (Reese Witherspoon)
Assim que vi que o livro do mês de janeiro da Tag Inéditos falava sobre cultura indiana, confesso que fiquei um pouco desmotivada. Sabia que A pintora de henna teria muitos termos que me fariam consultar constantemente o glossário, ou seja, demandaria mais concentração.
Mas as coisas começaram a ser bem diferentes conforme fui avançando as páginas. O livro conta a história em 1950 da Lakshimi Shastri, uma indiana que casou contra a própria vontade com apenas 15 anos, e que fugiu anos depois por ser maltratada em seu casamento.
Agora com 30 anos, depois de muitas lutas para reconhecida como pintora de henna entre as senhoras que fazem parte das altas castas, uma irmã que não sabia existir aparece de repente ao lado do seu ex-marido, Hari. O mesmo homem que lhe maltratava e que não pensava jamais em vê-lo.
O romance que fala sobre a trajetória de lutas contra a cultura das cidades em que vive, Lakshimi se vê em uma situação que não pode escapar. Tudo parece está dando errado, embora tudo que faça seja o mais correto.
A casa que um dia sonhou em ter, que construiu com seu trabalho com henna por 13 longos anos, os planos para se introduzir na alta sociedade, quando finalmente requisitada pelo palácio…. Tudo desmorona fora do seu controle.
Ainda que possa ser um pequeno spoiler, teimo em dizer que a Radha, sua irmã, é mesmo um daqueles personagens que te faz sentir o sangue ferver. Jaipur, cidade onde Lakshmi passou a viver nos últimos anos – bem como a Índia – é cheia de culturas e um passo em falso, tudo se desmorona.
Sendo uma menina de 13 anos completamente ingênua, é a ingratidão de Radha que tira tudo aquilo o que você poderia esperar. Mas é a compaixão de Lakshmir, em abdicar tudo, porque na situação em que ela está é possível sentir como se a vida que ela vivesse fosse um castelo de cartas não remontável, que te faz querer saber do final. Detalhe:
- Você não consegue adivinhar o que virá a seguir!
Como cheguei a falar mais acima, nunca tinha lido nada sobre a cultura indiana. O livro para mim foi um território completamente desconhecido que aprendi a amar. Porém, dizer que é uma leitura interessante é mesmo algo pequeno e resumido demais.
Retratando um pouco da cultura em que a própria Alka Joshi teve contato e refletindo suas experiências, é mesmo espantoso como a vida de uma mulher pode ser “sem saída” por um simples ato falho. Todavia, ao mesmo tempo, o mergulho que lhe A pintora de henna possibilita aos leitores é ainda mais profundo.
Em um momento, Lakshmi explica para Rasha o porquê de precisa fazer renna nos pés das mulheres e logo de imediato, a irmã a questiona afirmando que o pai jamais aceitaria essa condição. Pois era um trabalho para “sudras” e não para “brâmanes”.
Essa tal hierarquia social chamada de “casta” tem como quatro principais, na seguinte ordem:
Me sinto bastante suspeita em falar mais sobre. Mas ao ver Lakshmi se afundar por causa de uma simples mentira inventada por alguém de “elite”, é mesmo algo devastador. E claro, apaixonante. Com certeza essa leitura acabou sendo uma surpresa emocionante para mim.
Descubra os melhores livros de 2024 selecionados pela The New York Times. Esta lista é…
Abandonar livros sem culpa pode ser libertador. Sim, você leu certo. Aquele peso que sente…
Black Doves é a série lançada recentemente pela Netflix e vem chamando a atenção pelo…
Para quem ama uma boa lista de indicações, aqui estão 5 livros do Stephen King…
Clarice Lispector, em sua escrita única e introspectiva, mergulha em reflexões sobre os aspectos mais…
A Geração de 45 foi um movimento literário que emergiu no Brasil na década de…
View Comments