Em um breve passar de olhos nos filmes que estavam em alta na Netflix e que eram recentes, encontrei Uma Garota de Muita Sorte e ouvi uma pequena parte de sua narrativa.
Como sou fascinada por filmes que falam sobre fotógrafos e escritores, ousei não perder a oportunidade e comecei a assistir o filme sem dar nada por ele. Até chegar quase na metade da história.
Acontece que a história de uma nova-iorquina de sucesso que faz de tudo para se manter na linha e conseguir agradar todo mundo que lhe cerca, é mais sombria e dolorosa do que todo mundo imagina.
Com um final que pode te deixar solução, principalmente se você for mulher ou amar ligeiramente uma, você terminará Uma Garota de Muita Sorte com o coração na mão.
Interpretada pela atriz Mila Kunis, que ficou queridinha há décadas por fazer a comédia romântica Amizade Colorida ao lado do Justin Timberlake, a personagem dessa vez é mais forte do que poucos pensam nos minutos iniciais.
Sendo atormentada por um incidente que aconteceu em sua escola há muitos anos, TifAni FaNelli é uma grande mulher que conseguiu conquistar tudo o que a maioria das mulheres do mundo sempre haviam sonhado.
Com uma força de vontade impressionante, fez de tudo para ter um corpo bonito, entrar em uma família rica e de sucesso, ter uma vida banhada aos requintes do luxo e sempre se manteve esperta para agradar todos que estavam ao seu redor.
Para Ani, o grande segredo para fazer as pessoas felizes era sempre dizer o que elas gostariam de ouvir. Com um sarcasmo afiado como uma faca, a noivinha do momento começa a desmoronar quando o incidente começa a vir à tona mais uma vez.
Escondendo coisas de que nem mesmo a própria mãe sabia, os traumas começam voltar mais uma vez com o seu desejo de contar ao mundo o que de fato aconteceu no passado.
Prestes a se casar com um cara bonito e rico, é no jantar de seu casamento que a publicação do seu artigo desmascarando o sofrimento que passou em um estupro coletivo quando tinha apenas 15 anos é publicado pelo Times.
E o fim do seu casamento ocorre exatamente ali. Ani não viera ter nem mesmo o apoio da própria mãe em um momento tão avassalador e destrutivo.
Mas é exatamente aí que está o maior peso de todo o filme: ele foi baseado em fatos reais. É impossível não sentir um embrulho no estômago em diversas cenas justamente por terem sido baseadas em momentos vividos pela autora do livro.
Confesso, passei muitas delas e simplesmente nem vi o que aconteceu. Quando você assistir entenderá quais foram esses momentos.
Encontrei a antiga entrevista que Jessica Knoll chegou a dar ao Times. Pasme: “Ninguém estava me tratando como uma vítima; eles estavam me tratando como se eu fosse uma perpetradora, como se eu estivesse recebendo o que merecia”.
Mais: “A mensagem que internalizei foi que nada de ruim aconteceu; você fez algo errado.” Eu com certeza compraria o seu livro para fazer valer cada centavo que essa premiada leitura merece.
Mas eu ficaria destroçada demais sabendo que isso tudo um dia aconteceu. No contexto geral, pensando em cada mulher que um dia passou por algo muito parecido, é impossível não sentir o estômago revirar pensando em cada uma delas. Filme necessário.
“Eu disse: ‘Sim, isso aconteceu comigo’. Foi tipo, ‘Por que esperei tanto para dizer isso? O que foi tão difícil nisso?'” Disse a Jessica. Leia o artigo completo publicado ainda em 2016 clicando aqui.
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